quinta-feira, 21 de julho de 2011

“Ela é assim! Pronto. Mas assim como? Explica! Ela é assim um mix de tudo que se possa imaginar dentro de uma grande capacidade de apenas não ser nada em definitivo. Ela é aquilo que não consegue se encaixar em moldes pré-existentes, parece que ninguém nunca foi antes dela. (…) Ela é cheia de sentimentos, parece que suas experiências se manifestam é no dorso do seu colo, e quase sempre, de vez em quando, tudo isso pesa. Mas não tem modo, não existe maneira que a faça ser diferente. E ainda, graças a Deus, ela é diferente. Algo que pesa e que tem o dom da leveza, algo que chora e que se manifesta em sorrisos, algo de forte, mas que se desmancha quando encontra a água.”

(Clarice Lispector)



terça-feira, 5 de julho de 2011

Olhando no espelho

Às vezes acho que sou louca. O suficiente. E o mais espantoso é que eu sei disfarçar.
O meu gosto musical varia com o meu humor. As minhas bochechas ficam vermelha em certas situações. Acho estranho unhas ruídas com esmaltes escuros. Eu pinto minhas unhas ruídas de esmaltes escuros. Homens com barba fazem parte do meu gosto inusitado,tanto quanto homens com aparência de limpeza. Acho graça nas meninas que só tiram foto com mão na cintura. Me pego às vezes tirando fotos com mãos na cintura. Ao mesmo tempo que sinto saudade de pessoas e coisas,prefiro que essas fiquem aonde estão. Acredito no amor, mas quase sempre nos conselhos que dou às minhas amigas,está incluída a frase ''nada é pra sempre, é sempre assim'' ou ''ele não te merecia,não chore'' e quantas vezes já chorei por quem não merecia? Quando estou sozinha me sinto bem, sinto a presença de quem eu quiser. Estou lá, volto pra cá. Acho o inverno lindo,elegante, mas vivo reclamando quando sinto frio. Posso até estar errada, mas de alguma forma, você também vai estar. Prefiro que gostem do meu cabelo ao invés do meu corpo. Admiração, não graça. Pra mim paixão existe e quando a sinto,ponho para fora. Salto alto é algo belíssimo! Mas com chinelo não sou tão desengonçada. Ou melhor,descalça. Olhe para mim e verá alguem forte,por fora. Sou intensamente sensível. Se estou nervosa, choro. Choro achando graça. Raiva me dá vontade de chorar. Sinto as três sensações ao mesmo tempo.
Eu sou mesmo assim,como esse pedacinho de texto. Fora de ordem, sem seguir regras. Frases jogadas. Sem sentindo concreto. E no final,só um final. Ponto e basta.
Essa minha mania e preferência de transformar tudo que sinto,penso ou vivo em texto,só complica as coisas. Às vezes quero chegar aqui e sair falando um monte de palavrão, me libertar da raiva, da tristeza ou até mesmo pra compartilhar minha alegria, mas sempre arrumo sentimentos que traduzam melhor ''textualmente''.